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Simpósio temático

10. Elites, práticas e instituições nas monarquias ibéricas e seus domínios ultramarinos

Prof. Dr. George F. Cabral de Souza

Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Prof.ª Dr.ª Maria Fernanda Bicalho

Universidade Federal Fluminense (UFF)

 

Ao longo do período que se estende dos séculos XVI ao XIX as monarquias ibéricas e seus domínios ultramarinos foram o cenário de atuação de diferentes grupos de elite mediante uma variada gama de práticas. A ação destes sujeitos históricos frequentemente – ainda que não exclusivamente – se manifestava por intermédio de distintas instituições, fossem elas de escopo político, administrativo, jurídico, econômico ou eclesiástico, entre outros. Todo o conjunto se pautava, grosso modo, pelos parâmetros vigentes nas sociedades de Antigo Regime. Não obstante, a riqueza de ambiências onde se constituíram experiências coloniais de viés ibérico promoveu o surgimento de arranjos plurais e multifacetados. Na formação destes grupos de elite, as questões de linhagem e de sangue tinham um peso importante, mas não eram as únicas garantidoras de uma potência de afirmação social e política. Outros elementos também conduziam ao ato de ser elite. Formar clientelas, por exemplo, era um passo importante para o reconhecimento tanto na esfera local, como em círculos de sociabilidade mais dilatados.Neste mister não podiam ser menosprezados o estabelecimento de vínculos inclusive com grupos subalternos de indígenas, escravos, negros forros e brancos pobres. A busca para ser e parecer mais dependia ainda da acumulação de fortunas, da constituição de um cabedal de saberes e de outros fatores que pudessem levar à aquisição de almejados signos de distinção social, eles próprios servindo como pedal para galgar novos patamares de ascensão social.Portanto, quando nos referimos à formaçãode grupos deelite, tanto no espaço peninsular, como nas áreas ultramarinas de colonização ibérica, reconhecemos uma série de práticas que se apresentam como dados fundamentais: o serviço régio e sua retribuição em mercês, o acúmulo de riquezas, a posse de muitosescravos, a produção de conhecimento, as alianças  com lideranças indígenas, a caridade interessada, entre outras. Todas estas experiências eram valorizadas para a obtenção de status e de poder. Também contavam como critérios de definição e de reconhecimento das elites coloniais a ocupação de cargos administrativos, as provisões de ofícios e patentes, a concessão de hábitos das OrdensMilitares e a obtenção de privilégios comerciais. A proposta deste Seminário Temático é reunir trabalhos resultantes de pesquisasque se dedicam à história, às práticas e às instituições que permitam-nos pensar e à inter-relação de indivíduos e de gruposna busca de afirmação e/ou de ascensãosocial no espaço peninsular ibérico e nos domínios ultramarinos a ele vinculados.

 

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